Fertilização in Vitro - FIV

O que é?

Fertilização in vitro é um método de reprodução assistida para casais que apresentam dificuldade em engravidar, sendo um tratamento com altas chances de êxito.

O procedimento consiste na fecundação do óvulo pelo espermatozoide ainda no laboratório de embriologia, em um ambiente controlado que permita o acompanhamento do desenvolvimento do embrião antes de inseri-lo no útero materno.

Há dois tipos possíveis de sêmen a serem utilizados: o do próprio casal ou de doador anônimo. Abaixo estão os casos em que são indicados os diferentes tipos.

Sêmen do casal

Indicado para:

– Mulheres com endometriose profunda ou avançada que comprometa as trompas e a qualidade dos óvulos.
– Pacientes que não tenham conseguido engravidar com procedimentos mais simples como o coito programado ou inseminação artificial.
– Mulheres com alguma complicação no aparelho reprodutor que comprometa a fecundação natural ou por inseminação artificial.
– Casos em que existe pouca produção de óvulos.

Sêmen de doador:

Indicado para:
– Baixa qualidade dos espermatozoides.
– Tentativa fracassada de fecundação com esperma do casal.
– Embrião de má qualidade ou implantação mal sucedida que permita considerar o fator masculino como causa principal do insucesso da gravidez.
– Homens portadores de doenças genéticas que podem afetar os embriões.
– União homoafetiva de mulheres férteis.

O procedimento

O primeiro passo é a estimulação ovariana, importante para que existam maiores chances de fecundação, desenvolvimento do embrião e posterior implantação no útero materno. Afinal, nem todos os óvulos apresentam potencial para a fertilização in vitro.

A produção de óvulos é estimulada com auxílio de medicamentos administrados em dosagens personalizadas para cada paciente e acompanhada por ultrassonografias e checagens da dosagem hormonal durante 10 a 15 dias aproximadamente.

Os folículos, que agem como uma cápsula protetora de óvulos até que estejam maduros o suficiente, também são monitorados. Quando um número suficiente de óvulos ficam disponíveis, uma dose de hCG (coriogonadotrofina humana), hormônio responsável pela maturação dos gametas femininos, é aplicada na paciente para programar a ovulação em aproximadamente 34-36 horas após a injeção.

A etapa seguinte é a punção, necessária para que se possa obter ovócitos preparados para a fecundação. É feita em uma sala de operações com a paciente sob anestesia para que não ocorra nenhum incômodo durante o procedimento que dura, em média, 15 minutos.

Feita a punção folicular e a preparação dos espermatozoides colhidos previamente é chegada a hora de fertilizar os óvulos no laboratório de embriologia.

Na fertilização in vitro o óvulo é colocado em uma placa de cultivo com vários espermatozoides ao redor. Essa técnica difere da Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides (ICSI) que basicamente caracteriza-se pela introdução de um único espermatozoide dentro do óvulo.

O cultivo embrionário

Depois de fecundado, o óvulo fica sob observação diária para que os padrões de normalidade de desenvolvimento do embrião possam ser checados e, assim, exista a garantia de um processo de divisão celular compatível com a formação de um embrião saudável.
Quando a fertilização é confirmada é chegado o momento de transferir o embrião para dentro do útero.


A transferência

A transferência em si é feita de 2 a 6 dias após a coleta dos óvulos e não é um procedimento doloroso, sendo feito sem a necessidade de anestesia, apenas um repouso de 15 minutos é recomendado quando concluído.

Quanto a quantidade de embriões a serem transferidos, varia conforme a idade da mulher:

– Até 35 anos – até 2 embriões
– entre 36 e 39 – até 3 embriões
– 40 ou mais – até 4 embriões.

Contudo, desde que se respeite os limites impostos pelo Conselho Federal de Medicina, cabe ao casal a decisão final sobre a quantidade de embriões a serem transferidos.
Nos dias subsequentes ao procedimento é aconselhável que grandes esforços físicos sejam evitados.

Congelamento de embriões

Antes de 3 anos de existência os embriões não podem ser descartados. No caso de excedência devem ser congelados, podendo ficar em criopreservação por tempo indeterminado. Entretanto, é evidente que há um custo envolvido na conservação embrionária e o casal deve arcar com tais despesas. Existe a possibilidade de doação de embriões para outro casal, que assume os custos da preservação. Embriões abandonados são doados ou descartados no fim de 3 anos.

O custo de todo procedimento varia bastante, pois depende da gravidade dos fatores de infertilidade que o casal possa ter e dos tratamentos que em consequência são necessários.

Técnicas complementares

Teste ERA – Comprovação do período de receptividade endometrial.
PGD – Estudo genético do embrião para identificar aqueles que são portadores de doenças genéticas hereditárias.
PGT – Teste genético para identificar aqueles embriões que são portadores de doenças genéticas hereditárias.
PGT-A – Teste genético indicado quando existe um risco maior de alterações genéticas não hereditárias no embrião, tais como a Síndrome de Down e outras cromossomopatias.

Indução da Ovulação

Consiste no acompanhamento médico no monitoramento da ovulação, para que a partir do cálculo preciso do período fértil da mulher sejam programadas as relações sexuais.

Inseminação Artificial

Envolve indução da ovulação, preparo dos espermatozoides com substâncias que aumentam a motilidade, e inseminação intrauterina do material preparado no dia da ovulação.

Fertilização in Vitro

FIV tradicional - método mais simples que a FIV-ICSI que dá bons resultados em casais selecionados, por exemplo, mulheres com obstrução de trompas e endometriose.

FIV - ICSI

Injeção Intracitoplasmática de Espermatozóides para casos mais complexos, principalmente fator masculino severo (baixa contagem de espermatozóides).